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Algumas canções de Carlos Walker fizeram parte da trilha de algumas telenovelas populares, o que favoreceu uma excelente posição no Hit Parade brasileiro. O sucesso continuou com alguns discos no selo experimental de Egberto Gismonti, cujas produções visavam o mercado internacional.

Foi especialmente o caso de “Águas de Março”, com “High-Life Band” (Nico Assumpção, Ricardo Silveira, Luiz Avelar, Carlos Bala, Marcio Montarroyos e Marçalzinho).

Depois de uma curta pausa, Walker voltou ao mercado da música de alta qualidade, compondo novas canções e cantando ainda melhor em seu CD  “Fio da Canção”, que rapidamente se tornou mais uma produção cultuada, como seus trabalhos anteriores.

Walker era um adolescente (14 anos), quando se lançou profissionalmente como cantor, tendo vencido o Festival de Música de Santos, em São Paulo.

O corpo de jurados era composto por importantes músicos, cujas marcas nunca serão apagadas na história da música brasileira, a exemplo de Alaíde Costa, Zimbro Trio, Johnny Alf e outras estrelas.

Uma das mais importantes cantoras brasileiras, Elis Regina, gostou muito do jovem Carlos Walker e deu-lhe preciosos contatos no meio musical.

Walker foi contratado pela RCA Victor Record. Para obter sua autorização profissional do sindicato dos músicos, Walker foi apadrinhado por Chico Buarque de Hollanda, que até hoje permanece uma das melhores referências da música popular brasileira.

Carlos Walker foi admirado por Elis Regina, Tom Jobim e João Gilberto. Todos o consideraram um dos mais versáteis e criativos artistas da música brasileira. Dotado de uma voz maravilhosa, cujo registro cobre 4 oitavas, Walker sabe utilizar seus conhecimentos sobre fisiologia da voz, que estudou no Conservatório. Com perfeita precisão, Walker pode cantar diferentes estilos musicais sem perder o swing nem a elegância (do samba ao pop, do jazz à música popular brasileira, da música romântica à vanguarda experimental).

Seu primeiro sucesso, em 1974, “Alfazema”, chegou ao primeiro lugar no Hit Parade brasileiro. A música fazia parte da trilha sonora da novela “O Espigão”, transmitida pela Rede Globo e escrita pelo grande dramaturgo Dias Gomes.

Em 1975, Carlos Walker gravou seu primeiro disco, “A Frauta de Pã”, com a participação de alguns dos melhores músicos brasileiros como João Bosco, Hélio Delmiro, José Roberto Bertrami, Gilson Peranzetta, Radamés Gnatalli, Laércio de Freitas Alberto Arantes e de uma Orquestra Sinfônica.

Nos anos 70, Walker participou de alguns projetos da “Sombrás”, ao lado de Milton Nascimento, Caetano Veloso e outros nomes importantes da música nos anos 60 e 70.

Nos anos 80, foi o encontro com João Gilberto, o papa da Bossa Nova, com o qual Carlos Walker compartilhou memoráveis noitadas de música e canto, que se prolongavam até o amanhecer no apartamento de João Gilberto, no bairro do Leblon, Rio de Janeiro. Graças ao apoio de João Gilberto e da amiga comum Lúcia Sweet, surgiu um novo álbum “Onda", uma interpretação radical da obra do mestre Tom Jobim. Neste álbum, Carlos Walker está outra vez acompanhado de músicos de grande renome internacional: Nico Assumpção, Luiz Avellar, Ricardo Silveira, Carlos Bala, Márcio Montarroyos e Marçalzinho. O trabalho foi lançado por Eldorado/Mix House, de São Paulo, no ano 2000, no Brasil e nos Estados Unidos.

Walker também gravou com Egberto Gismonti, Nico Assumpção, Piry Reis, Romero Lubambo, e cantou obras de Hermeto Pascoal.

Ainda nos anos 80, Carlos Walker cantou a abertura de um videoclipe sobre a jovem e famosa poeta Ana Cristina César, que havia marcado o panorama cultural brasileiro na década precedente. Dirigida por Marcelo Dantas e produzida por Magnetoscópio, de São Paulo, esta obra foi várias vezes premiada pela crítica brasileira.

Em 2006, Carlos começou a compor com o pianista e autor Lúcio Gregori, naquele momento uma revelação da Música Popular Brasileira. Walker escreveu letras de muitas de suas canções.  Dessa colaboração nasceu o CD “FIO DA CANÇÃO”, Waker como intérprete. Além dos arranjos do pianista Laércio de Freitas, esta obra conta com a participação do Quarteto Portinari (formado por músicos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, OSESP) e da cantora Ná Ozzetti.

Carlos Walker trabalhou com o pianista e compositor Carlos Rebouças, que foi aluno de Eliane Elias, pianista brasileira premiada com vários Grammy.

Em 2013, a canção Alfazema foi gravada novamente, desta vez por Cídia Luíze, sendo tema principal da trilha sonora de Sangue Bom, telenovela transmitida pela Rede Globo.

 

Em 2017, o jornalista e pesquisador Bento Araújo publicou seu livro LINDO SONHO DELIRANTE, Os principais discos psicodélicos do Brasil, em que Walker figura entre Caetano Veloso, Tom Zé, Gilberto Gil, Mílton Nascimento e outros.

Em 2019, após alguns anos ausente da cena musical, Walker apresentou-se no Teatro SESC Belenzinho, que produziu A FRAUTA DE PÃ. Ele foi acompanhado por jovens talentos que ele apoia, movido por seu desejo de garantir o melhor futuro para a música brasileira.

Em 2022, Carlos Walker começou uma colaboração com o poeta Ahut Watò (Emerson Xavier da Silva), cujo livro CHEVAUX, uma seleção de 25 sonetos escritos em português, é profundamente marcado por sua relação passional com a língua francesa, como bem observam críticos e leitores.

Da valsa ao jazz, do samba e do choro aos ritmos nordestinos, assimilando também o pop-rock, Walker revela a alma brasileira, produzindo ao mesmo tempo uma expressão musical sem fronteiras, o que faz dele um intérprete que vai muito além das tendências de seu tempo.

Cantor, intérprete, compositor, poeta e músico brasileiro

— sobre carlos walker —

Ná Ozzetti

Cantora e compositora de extensa e premiada carreira; ex-integrante do grupo Rumo.

Laércio de freitas

Pianista, tecladista, maestro, compositor e ator; vencedor de um Kikito de melhor trilha sonora.

Luiz Fernando Vianna

Jornalista e escritor, com passagens pelos jornais O Globo, Folha de S.Paulo; coordenador da Rádio Batuta.

Leonardo lichote

Jornalista e crítico musical, colaborador do El País e da Folha de S.Paulo; editor da coleção Cadernos de Música e da revista eletrônica Resenhas Miúdas.

Bento Araújo

Escritor, jornalista, pesquisador e podcaster; autor da série Lindo Sonho Delirante e criador do poeira Zine e do poeiraCast.

Emerson silva

Escritor, poeta, tradutor e intérprete.

Jean-Michel Vives

Psicanalista e professor de Psicopatologia Clínica na Universidade Cote d'Azur (França) e do Corpo Freudiano do RJ (Brasil); pesquisador da voz.

Bernard Attal

Premiado cineasta franco-brasileiro, estudou cinema na New School de Nova Iorque. Dirigiu vários curtas-metragens, além de documentários e longas, como A Coleção Invisível.

O cantor, intérprete, compositor, poeta e músico brasileiro Carlos Walker surgiu na efervescente cena musical brasileira dos anos 60 e 70, quando as gravadoras ainda ecoavam as revoluções filosóficas e estéticas de então, apostando na descoberta e na consolidação de novos talentos.

Seu primeiro disco, “A Frauta de Pã”, foi lançado há quase 50 anos! Celebrado naquele momento como um projeto de vanguarda e embrião de futuras tendências, este disco é hoje apreciado por colecionadores e pesquisadores de música brasileira em todo o mundo

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